20/04/2009

Os principais protagonistas (1974 e 1976)

António Sebastião Ribeiro de Spínola nasceu a 11 de Abril de 1910 em Estremoz e morreu a 13 de Agosto de 1996 e Lisboa, político e militar português, foi o décimo quinto Presidente da República Portuguesa (o primeiro após o golpe do 25 de Abril de 1974). A 17 de Janeiro de 1974, foi nomeado vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, por sugestão de Costa Gomes, cargo de que foi afastado em Março. Pouco tempo depois, mas ainda antes da Revolução dos Cravos, publica Portugal e o Futuro, onde expressa a ideia de que a solução para o problema colonial português passava por outras vias que não a continuação da guerra. Instituída a Junta de Salvação Nacional (que passou a deter as principais funções de condução do Estado após o golpe), à qual presidia, foi escolhido pelos seus camaradas para exercer o cargo de Presidente da República, cargo que ocupará de 15 de Maio de 1974 até à sua renúncia em 30 de Setembro do mesmo ano, altura em que foi substituído pelo general Costa Gomes. A 13 de Agosto de 1996, Spínola morre aos 86 anos, vítima de embolia pulmonar.

Francisco da Costa Gomes (Chaves, 30 de Junho de 1914 — Lisboa, 31 de Julho de 2001) foi um militar e político português. Foi o décimo quinto Presidente da República Portuguesa (o segundo após a Revolução dos Cravos). Estudou no Colégio Militar em Lisboa e na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde se licenciou em Matemática. Após o 25 de Abril, foi um dos sete militares que compunham a Junta de Salvação Nacional. Entre o dia 25 de Abril e 30 de Setembro de 1974, foi a segunda figura do Estado português, logo abaixo de António de Spínola, exercendo as funções de chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. A 31 de Julho de 2001, Costa Gomes morreu no Hospital Militar de Lisboa.

Ernesto Augusto de Melo Antunes (1933, Lagoa, Portugal - 1999) foi um militar português. Militar de carreira era capitão em 1961 e foi promovido a major em 1972. Foi várias vezes ministro nos governos provisórios. Negociou a independência da Guiné-Bissau e fez parte do Conselho dos Vinte, órgão do MFA antes do período constitucional, do Conselho da Revolução, e do Conselho de Estado. Notabilizou-se ainda por ter participado activamente na elaboração do Programa de Acção Política e Económica (Dezembro de 1974) e do Documento dos Nove (Agosto. de 1975) conhecido como documento Melo Antunes por dele ter sido o primeiro subscritor.

António dos Santos Ramalho Eanes (Alcains - Castelo Branco, 25 de Janeiro de 1935) é um oficial militar e ex-político português. Foi o primeiro presidente da República democraticamente eleito após a revolução de 1974. Ramalho Eanes nasceu em Alcains, concelho de Castelo Branco numa família humilde. Filho de Manuel dos Santos Eanes e Maria do Rosário Ramalho. A formação tem início em 1942, quando entra para o Liceu de Castelo Branco. No exército, Ramalho Eanes segue a arma de Infantaria. Serve na Guerra Colonial onde combateu na Índia Portuguesa, Macau, Moçambique, Guiné-Bissau e Angola. Depois de demorada carreira de combatente, Eanes encontrava-se ainda em serviço em Angola aquando a revolução de 25 de Abril. Aderiu ao Movimento das Forças Armadas e, regressado a Portugal, foi director de programas e nomeado presidente do conselho de administração da RTP, até Março de 1975.

Vasco dos Santos Gonçalves (Lisboa, 3 de Maio de 1921 — Almancil, 11 de Junho de 2005) foi um militar (General) e um político português da segunda metade do século XX. Como primeiro-ministro, foi o mentor da reforma agrária, das nacionalizações dos principais meios de produção privados (bancos, seguros, transportes públicos, Siderurgia, etc.), do salário mínimo para os funcionários públicos, do subsídio de férias (13º mês) e subsídio de Natal. Morreu a 11 de Junho de 2005, aos 84 anos, quando nadava numa piscina, em casa de um irmão em Almancil, aparentemente devido a uma síncope cardíaca.

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho (Lourenço Marques, 31 de Agosto de 1936) é um ex-militar português, estratega do 25 de Abril. Foi capitão em Angola de 1961 a 1963 e também na Guiné entre 1970 e 1973. Fez parte do Conselho da Revolução desde que este foi criado, a 14 de Março de 1975, até Dezembro de 1975. Volta a concorrer às eleições presidenciais de 1980. Na década de 1980 passou a liderar a organização terrorista FP 25 de Abril. Em 1985, tendo sido julgado e condenado em tribunal, foi preso pelo seu papel na liderança das FP 25 de Abril, responsáveis pelo assassinato de 17 pessoas nos anos 80.
Foi libertado cinco anos mais tarde, após ter apresentado recurso da sentença condenatória, ficando a aguardar julgamento em liberdade provisória. Em 1996 a Assembleia da República aprovou o indulto, seguido de uma amnistia para os presos do Caso FP 25 de Abril.

Fernando José Salgueiro Maia nasceu a 1 de Julho de 1944 no castelo de Vide e morreu a 4 de Abril de 1992 em Santarém. Salgueiro Maia, foi um dos distintos capitães do Exército Português que liderou as forças revolucionárias durante a Revolução dos Cravos, que marcou o final da ditadura. A 25 de Novembro de 1975 sai da EPC, comandando um grupo de carros às ordens do Presidente da República. Será transferido para os Açores, só voltando a Santarém em 1979, onde ficou a comandar o Presídio Militar de Santa Margarida. Em 1984 regressa à EPC. Em 1989 foi-lhe diagnosticada uma doença cancerosa que, apesar das intervenções cirúrgicas no ano seguinte e em 1991, o vitimaria a 4 de Abril de 1992.

Álvaro Cunhal - Militante e dirigente do Partido Comunista Português, do qual foi secretário-geral durante várias décadas, nasceu em 1913 e morreu em 2005. Álvaro Cunhal desenvolveu uma activa oposição ao regime salazarista, tendo sido várias vezes preso e torturado pela PIDE. Detido em 1949 e condenado a 5 anos de cadeia, acabaria por ficar preso 11 anos, graças à aplicação de ”medidas de segurança”, pela polícia política. Evadiu-se do Forte de Peniche em 1960. Regressado a Portugal após a Revolução de 25 de Abril, foi ministro do I Governo Provisório, vindo a empenhar-se a fundo no processo revolucionário.

Mário Soares - Nascido em 1924, foi militante da oposição ao regime salazarista desde a juventude, tendo participado activamente em quase todos os grandes momentos do combate democrático. A sua militância custou-lhe várias prisões e o exílio. Em 1973, no estrangeiro, fundou, com alguns companheiros, o Partido Socialista. Depois do 25 de Abril, regressou a Portugal, tendo desempenhado um importante papel na fundação e consolidação da moderna democracia portuguesa, no processo de descolonização e na adesão de Portugal à CEE. Foi Primeiro-Ministro e, entre 1986 e 1996, Presidente da República.

Francisco Sá Carneiro - Advogado, natural do Porto (1934-1980), iniciou-se na actividade política quando foi convidado por Marcelo Caetano para integrar a lista de deputados à Assembleia Nacional, nas eleições de 1969. Veio a destacar-se como um dos mais activos membros da chamada ala liberal do parlamento marcelista. Após o 25 de Abril, Sá Carneiro foi um dos fundadores do PPD/PSD, tendo integrado o I Governo Provisório. Foi Primeiro-Ministro entre 1979 e 1980. Morreu tragicamente, em Dezembro de 1980, devido à queda do avião em que se deslocava.