20/04/2009

A situação de atraso económico existente em Portugal no segundo pós guerra

Em 1945 Portugal era um dos países menos desenvolvidos da Europa. Mais de metade de população pertencia ao sector primário, ou seja, trabalhava ainda na agricultura que era uma actividade pouco produtiva e revelava o grande atraso da nossa economia. No Sul do país, a escassa maquinização e o não empenho dos proprietários mantinham a produtividade muito baixa. No resto do país, constituído na maioria por zonas de pequena propriedade, ainda continuava a praticar-se uma tradicional agricultura, pouco produtiva.
A situação do atraso económico afectou sobretudo as populações rurais, cujas condições de vida eram muito difíceis. A produção agrícola baixou entre o ano 1956 e 1971, enquanto o produto industrial aumentou de 19 para 64 milhões de contos, e a produção agrícola aumentou apenas de 16 para 18 milhões de contos. A pobreza era tanta que a população rural migrou quer para centros urbanos portugueses quer para o estrangeiro “emigração”. Os habitantes recém-chegados à cidade nem sempre mudaram para melhor, muitos deles passaram a morar em bairros de lata, ou em bairros clandestinos que se multiplicavam nos arredores das grandes cidades.
Portugal importava em grandes quantidades produtos agrícolas. As exportações de matérias-primas e de alguns produtos industriais durante a IIª Guerra tinham, apesar de todas as dificuldades, permitido obter saldos positivos na balança comercial e acumular dinheiro, mas continuavam a faltar os incentivos ao investimento. A política económica Salazarista ainda permanecia dominada pela obsessão monetária e financeira, pelo ideal de um país rural e modesto. A economia ainda mantinha-se parada, ou seja, estagnada.
Assim, e para mudar este cenário, a partir do início da década de 50 foi adoptado um modelo de desenvolvimento que valorizava a industrialização. O governo passou a definir planos de fomento, ou seja, linhas de rumo de investimento e de desenvolvimento socioeconómico. Com o primeiro plano surgiram novas indústrias, nomeadamente, de químicos e de metalúrgicos. Seguidamente, o Estado aposta no lançamento de um ambicioso plano hidroeléctrico nacional, cujos efeitos cedo se fizeram sentir. O terceiro plano de fomento prendeu-se com a finalização de grandes projectos, principalmente a siderurgia Nacional, no Seixal, e um complexo portuário industrial de Sines.
Para além disto, Portugal deu entrada na EFTA, uma associação de carácter económico e comercial. Por fim, e a partir dos anos 60, o País aceitou a entrada de investimentos estrangeiros abrindo as portas ao turismo o que permitiu a entrada de divisas estrangeiras.