
A situação do atraso económico afectou sobretudo as populações rurais, cujas condições de vida eram muito difíceis. A produção agrícola baixou entre o ano 1956 e 1971, enquanto o produto industrial aumentou de 19 para 64 milhões de contos, e a produção agrícola aumentou apenas de 16 para 18 milhões de contos. A pobreza era tanta que a população rural migrou quer para centros urbanos portugueses quer para o estrangeiro “emigração”. Os habitantes recém-chegados à cidade nem sempre mudaram para melhor, muitos deles passaram a morar em bairros de lata, ou em bairros clandestinos que se multiplicavam nos arredores das grandes cidades.
Portugal importava em grandes quantidades produtos agrícolas. As exportações de matérias-primas e de alguns produtos industriais durante a IIª Guerra tinham, apesar de todas as dificuldades, permitido obter saldos positivos na balança comercial e acumular dinheiro, mas continuavam a faltar os incentivos ao investimento. A política económica Salazarista ainda permanecia dominada pela obsessão monetária e financeira, pelo ideal de um país rural e modesto. A economia ainda mantinha-se parada, ou seja, estagnada.
Assim, e para mudar este cenário, a partir do início da década de 50 foi adoptado um modelo de desenvolvimento que valorizava a industrialização. O governo passou a definir planos de fomento, ou seja, linhas de rumo de investimento e de desenvolvimento socioeconómico. Com o primeiro plano surgiram novas indústrias, nomeadamente, de químicos e de metalúrgicos. Seguidamente, o Estado aposta no lançamento de um ambicioso plano hidroeléctrico nacional, cujos efeitos cedo se fizeram sentir. O terceiro plano de fomento prendeu-se com a finalização de grandes projectos, principalmente a siderurgia Nacional, no Seixal, e um complexo portuário industrial de Sines.
Para além disto, Portugal deu entrada na EFTA, uma associação de carácter económico e comercial. Por fim, e a partir dos anos 60, o País aceitou a entrada de investimentos estrangeiros abrindo as portas ao turismo o que permitiu a entrada de divisas estrangeiras.